Comecei a jogar Resident Evil 4. Logo após eu comprar o ps2 (junto com a Amanda) eu me mudei pro Cruzeiro, pra morar no apê do Zé. Rapidamente eu deixei de morar no apartamento do Zé e comecei a morar no nosso apartamento. Bons tempos.
Bons tempos grande parte porque tinham visitas, porque o Zé mesmo é um cretino, como todo mundo sabe. Nós nunca conseguimos nos fixar em nenhum buteco específico perto de casa. No começo, bebíamos numa banquinha escrota onde Dona Maria (ou algo parecido) nos vendia cerveja invariavelmente chóca, que ela gentilmente trocava quando nós tinhamos coragem (e um pouco de sobriedade o suficiente) de pedir. O buteco foda perto de casa era muito caro, mas por um tempo valia a pena porque nós estávamos sendo cortejados pelo Tião (inesquecível Tião), que nos embebedava a preços módicos. O resto sempre tinha uma galera meio baixo nível, umas torcidas do fluminense, do botafogo, os finais de jogo sempre pareciam velórios, essa coisa de futebol carióca (em tempo: Avaí!!!).
Que que eu tava falando? ah é, Resident. Trocadilhos à parte, um irmão frequente no Cruzeiro era o Gui. Nos primeiros dias eu deixava minha tv no quarto (e consequentemente o videogame), o que gerava as estranhas cenas de nego no cantinho do meu colchão jogando até altas horas, o que era particularmente divertido quando era o Gui jogando Resident4. As vezes me acordava só pra mostrar um chefão particularmente bizarro, diversão a valer.
Marcello me veio a cabeça não porque eu me lembre dele jogando nada no canto do meu colchão, mas sim porque ele sempre foi meio assustador jogando esses joguinhos de tiro: ao contrário de mim, que sou ruim pra caralho em jogo de tiro, Marcelleza parece os nerds alemães que dão chilique no youtube -só headshot. Hoje, jogando aqui em casa me pego em diálogos imaginários, onde reclamo de alguma injustiça do jogo (como ele não morreu com um tiro no meio dos olhos!? isso é impossível!), pra em seguida responder a mim mesmo como responderia ao Marcello (claro Marcello, você tá jogando esse jogo de ZUMBIS com parasitas ALIENÍGENAS justamente por causa da verossimilhança e realismo fisiológico). Ou quando consigo dar um tiro no joelho de um zumbi, o que o derruba, e termino o cara na faca: Gui Style fííí! Quando me assusto com alguma coisa e grito afeminadamente me lembro do Gabriel. Ou quando falo que nem gosto tanto assim dessas coisas pra quem me pergunta se eu jogo muito, lembro as mentiras descaradas do Zéduardo, que passou noites no cantinho do colchão jogando um jogo ruim pra caralho de canas corruptos tipo gta.
E sempre, toda vez que ligo o videogame e boto um jogo divertido, sinto um alívio imaginário de não ter nenhuma cópia (real) de winning eleven que o Pedro (imaginário e Mesquita) possa usar pra transformar meu divertimento em mais uma sessão de pseudo-esporte pseudo-divertido. Pena que, como eu disse, o alívio é só imaginário: daria todos os meus jogos pra passar umas horas com qualquer um desses crápulas. Mesmo se fosse jogando winning eleven.
Bons tempos grande parte porque tinham visitas, porque o Zé mesmo é um cretino, como todo mundo sabe. Nós nunca conseguimos nos fixar em nenhum buteco específico perto de casa. No começo, bebíamos numa banquinha escrota onde Dona Maria (ou algo parecido) nos vendia cerveja invariavelmente chóca, que ela gentilmente trocava quando nós tinhamos coragem (e um pouco de sobriedade o suficiente) de pedir. O buteco foda perto de casa era muito caro, mas por um tempo valia a pena porque nós estávamos sendo cortejados pelo Tião (inesquecível Tião), que nos embebedava a preços módicos. O resto sempre tinha uma galera meio baixo nível, umas torcidas do fluminense, do botafogo, os finais de jogo sempre pareciam velórios, essa coisa de futebol carióca (em tempo: Avaí!!!).
Que que eu tava falando? ah é, Resident. Trocadilhos à parte, um irmão frequente no Cruzeiro era o Gui. Nos primeiros dias eu deixava minha tv no quarto (e consequentemente o videogame), o que gerava as estranhas cenas de nego no cantinho do meu colchão jogando até altas horas, o que era particularmente divertido quando era o Gui jogando Resident4. As vezes me acordava só pra mostrar um chefão particularmente bizarro, diversão a valer.
Marcello me veio a cabeça não porque eu me lembre dele jogando nada no canto do meu colchão, mas sim porque ele sempre foi meio assustador jogando esses joguinhos de tiro: ao contrário de mim, que sou ruim pra caralho em jogo de tiro, Marcelleza parece os nerds alemães que dão chilique no youtube -só headshot. Hoje, jogando aqui em casa me pego em diálogos imaginários, onde reclamo de alguma injustiça do jogo (como ele não morreu com um tiro no meio dos olhos!? isso é impossível!), pra em seguida responder a mim mesmo como responderia ao Marcello (claro Marcello, você tá jogando esse jogo de ZUMBIS com parasitas ALIENÍGENAS justamente por causa da verossimilhança e realismo fisiológico). Ou quando consigo dar um tiro no joelho de um zumbi, o que o derruba, e termino o cara na faca: Gui Style fííí! Quando me assusto com alguma coisa e grito afeminadamente me lembro do Gabriel. Ou quando falo que nem gosto tanto assim dessas coisas pra quem me pergunta se eu jogo muito, lembro as mentiras descaradas do Zéduardo, que passou noites no cantinho do colchão jogando um jogo ruim pra caralho de canas corruptos tipo gta.
E sempre, toda vez que ligo o videogame e boto um jogo divertido, sinto um alívio imaginário de não ter nenhuma cópia (real) de winning eleven que o Pedro (imaginário e Mesquita) possa usar pra transformar meu divertimento em mais uma sessão de pseudo-esporte pseudo-divertido. Pena que, como eu disse, o alívio é só imaginário: daria todos os meus jogos pra passar umas horas com qualquer um desses crápulas. Mesmo se fosse jogando winning eleven.