sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

pobreza pro Pedro

piotr: cara
que loucura isso aí
fiquei de cara com o texto que vc escreveu sobre esse trampo
que zela
me: ainda tem mais pra escrver cara, o lance eh cheio de buracos. o sistema aqui eh muito zela
aqui tu ve como eh um lance feito de sobras pra plebe mesmo
aparentemente a inglaterra sempre teve uma relacao estranha com a educacao. nego eh bem mais bem resolvido no continente
piotr: na real, em tese, o sistema educional aqui é bem melhor
me: em tese. mas nao falta muito pra eu concordar na pratica tambem
soh que o particular aqui aparentemente kick ass
e o mercado nao sofre da baixa escolaridade dos caras porque tem poloneses educados o suficiente pra pegar os vazios
piotr: a vantagem aí pras escolas brasilieras públicas não está no sistema educacional deles...e sim por que aí as crianças comem mais e raramente estão perto de armas de fogo, pricipalmente de grosso calibre
me: porra, tu ta me mandando o argumento da desnutricao mesmo nas toras?
piotr: não fí
mas ele existe
cara...por aqui, na nossa terra, não sei se vc se lembra, mais grande parte da população cientificamente deveria estar morta
mas não é só isso
me: segundo o governo agora a maioria eh classe media...
piotr: tem a violencia urbana que é só rivaliza com o iraque se pá
ou seja
o que eu quero dizer é que as causas são externas ao sistema educacional em si
me: discordo
alias, esse eh o discurso dos professores. a carencia de infra, a carencia de moral, o crime, a pobreza
piotr: me fale da violencia urbana por aí...da situação de morafia das familias pobres
me: tudo pra comodamente deslocar qualquer lampejo de responsabilidade dos professores
piotr: peraí
isso é algo que vc sabe que eu concordo
mas esse não é um aspecto que diz respeito necessariamente ao modo como o sistema foi concebido para rodar, mesmo com falhas
os professores boicotam a parada tb
mas fí
o bizarro o governo brasileiro
o governo, não ter um piso salarial para os professores da rede pública do brasil todo
isso é um problema do sistema educional
pelo menos nos seus aspectos normativos ou legais
sei lá
me: quem dera. esse tambem eh o discurso dos professores. como se aumentar a verba fosse criar magicamente um senso pedagogico nos caras
piotr: mas véi
na boa
véiiii
me: hahah
piotr: tem professor da rede pública com nível superior que trampa 30-40h pra tirar 600-500 contos
muito menos que qualquer feladaputa de nível médio de qualquer ministério de merda do executivo de merda
me: isso eh um problema de brasilia. e a educacao em brasilia nao eh muito pior do que o resto do pais, pelo contrario
piotr: pois é
aqui nasceu para ser um sistema educacional modelo
e foi
mas aí
como são as familias realmente pobres aí
me: cara, tem as pessoas como a gente e abaixo disso eu imagino que soh os homeless
aqui existem uma serie de mecanismos de protecao social, chamados beneficios. se tu eh nacional daqui ou da europa, tu ganha uma serie de mordomias
isencoes fiscais, moradia, uns cursos tecnicos, e dinheiro bruto tambem
piotr: na real não tem pobres aí
assassinos famintos
me: nesse nipe eu acho que nao. o crime aqui passa por ganhar grana, e nao por matar a fome
piotr: malucos filhos de pai solteiro que cresecem apanhando da polícia num barraco que a qualquer momento vai cair do barranco
me: uhauhaua
nao, imagino que nao
talvez no norte, mas nem isso
piotr: véi
tipo assim
isso faz uma diferençazinha né?
me: porra
velho, os canas nao andam armados
CANAS nao andam armados
piotr: pois é...
então...as crianças não costumam matar as outras e os professores a tiros a mando de traficantes de drogas
me: nao velho. o crime popular aqui eh facada
eh assim que os muleques se divertem
nao tem armas
tem que ser na faca
eh o panico do povo aqui em londres eh ser stabbed na noite. mas eh um lance entre gangues saca?
piotr: era mais ou menos disso que eu tava falando...aí, além dos ricaços tá todo mundo mais ou menos na mesma
uma criança não tem acesso a granadas e fuzil miralaser
não são torturadas ou queimadas vivas
me: nao, existem extratificacoes socias multiplas e variadas, mas elas nao passam pela miseria e pela brutalidade
piotr: é tipo isso...
me: existem realidades sociais paralelas em londres, eu fico de cara. tipo o mundo dos ingleses, ou o londistao, mas isso nao passa por fuzil na cara e farofa com rapadura pra passar a semana
piotr: escreve sobre essas paradas tb véi
esses gringos não fazem nenhuma idéia do que é brasil
me: tem uma galera que vive mal. vive apertado, dividindo tudo, sofrendo nuns trampos de merda sem saber ingles, isolados, sozinhos e fudidos, mas broder, quero distancia. aqui existe um cenario propicio pra tu acreditar nessas coisas de responsabilidade individual pela propria situacao
me: nao existe um sistema te impedindo de viver. existe um sistema que te fode, mas ele nao eh tao rigido quanto brasilia, por exemplo. existem alternativas que nao passam pelo governo
piotr: pois é véi
aqui o buraco é mais embaixo
me: eh uma loucura porque a nossa tara latina de responsabilizar o mundo ao invez de nos mesmos acaba se concretizando em um modelo que realmente parece ser isso
o oposto do sonho americano
mas eu nao sei
eu tambem sou imerso nessa cultura brasileira. nao tenho certeza se a coisa eh assim ou a gente que ve assim
e se aqui eh menos ou simplesmente nego eh programado pra ver menos isso
piotr: ou
mas é claro a responsabilidade está aqui tb
a administração aqui é zela
esses políticos são um bando de ladrões, mas cima de tudo, burros
a elite brasileira fode aqui mais do que qualquer estrangeiro
me: mas essa coisa latina de sempre culpar o governo, mesmo quando eh patentemente absurdo se tirar da reta, isso eh foda
a pala eh que o brasileiro eh sempre o outro
ninguem se admite como causa do problema, o que obviamente eh mentira
piotr: pois é...tinha rolar uma terapia em grupo de classes aqui
me: mas essa propria ideia de classes eh uma loucura marxista
piotr:
me: isso nao existe como entidades organizadas que conspiram umas contra outras
piotr: vou dar uma saída aqui
relaxa
eu tb parei de usar o termo classe nos meus textis
textos
me: po, me manda uns lances ae

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Gabriel, Itararé

"Se nunca mais nos vermos e somente nos encontrarmos no inferno, será como se tivéssemos nos despedido ontem"

Não poderia concordar mais.

sábado, 10 de outubro de 2009

Clipes - Série Pecados (Luxúria)

Satisfaction



Who's Your Daddy



O primeiro clipe me lembra muito uma penca de moleques hipnotizados em frente a um computador de baixa conexão. E um comentário solto em meio a uma nuvem de maconha:

- Caralho essa mina é uma boca ambulante.

O segundo... oras deixei por conta das Tanas mesmo e dane-se!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Don't Stop Me Now

Tonight I'm gonna have myself a real good time
I feel alive
And the world is turning inside out Yeah!
And floating around in ecstasy
So don't stop me now
Don't stop me

'Cause I'm having a good time having a good time
I'm a shooting star leaping through the sky
Like a tiger defying the laws of gravity
I'm a racing car passing by like Lady Godiva
I'm gonna go go go
There's no stopping me
I'm burning through the sky Yeah!
Two hundred degrees
That's why they call me Mister Fahrenheit
I'm trav'ling at the speed of light
I wanna make a supersonic man out of you

Don't stop me now
I'm having such a good time
I'm having a ball
don't stop me now
If you wanna have a good time just give me a call
Don't stop me now ('cause I'm havin' a good time)
Don't stop me now (yes I'm havin' a good time)
I don't want to stop at all

I'm a rocket ship on my way to Mars
On a collision course
I am a satellite I'm out of control
I am a sex machine ready to reload
Like an atom bomb about to
Oh oh oh oh oh explode

I'm burning through the sky Yeah!
Two hundred degrees
That's why they call me Mister Fahrenheit
I'm trav'ling at the speed of light
I'm gonna make a supersonic woman of you

Don't stop me, don't stop me
Don't stop me, hey hey hey!
Don't stop me, don't stop me ooh ooh ooh (I like it)
Don't stop me, don't stop me
Have a good time, good time
Don't stop me, don't stop me Ah

I'm burning through the sky Yeah!
Two hundred degrees
That's why they call me Mister Fahrenheit
I'm trav'ling at the speed of light
I wanna make a supersonic man out of you

Don't stop me now
I'm having such a good time
I'm having a ball
don't stop me now
If you wanna have a good time just give me a call
Don't stop me now ('cause I'm havin' a good time)
Don't stop me now (yes I'm havin' a good time)
I don't want to stop at all


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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Meus irmãos


Essa foto congela um instante tão importante para mim que a mantenho em cima de minha escrivaninha. São aqueles que abertamente digo que amo e que me esforço em alguma idiotice tentar saber porque ainda perco tempo ouvindo-os.

É estranho que em cada um desses sorrisos de moleques me deixa claro as personalidades deixadas no dia-a-dia e convivência.

O caído no chão, com esse sorriso de maluco que deveria estar começando a encher a cara, é o marcelleza. O nome virou apelido e nada mais parecido com o ele, principalmente por apelidar a alguns também. Está aí um doidão que colaria junto fácil em qualquer treta, obviamente evitando festas de famílias.

Barahona está meio distante esses tempos, morando na inglaterra e finalmente tendo o que parece uma vida digna para os padrões de lá. Saudades é um sentimento tão bizarro que as vezes me preocupo em quanto ainda sei quem ele é e o quanto eu mudei só de lembrar de histórias.

Gui é demais! O cara é um canalha disfarçado de bom moço, estudante de educação física que finalmente largou o sedentarismo, passa um tempão calado e do nada solta alguma moral foda. Curti muito essa nova onda de voltar a encher a cara e fumar uns com os broders, os porres são hilários.

O agarrado com a Jujú é um artista. Gabriel é em todos os sentidos é disparado uma companhia excelente para quando as coisas estão tensas. O cara vem com aquela fala mansa, troca uma ideia sobre trabalhos, meninas e dancinhas e quando te dá um abraço tú sacou que tá tudo bem, independente do problema.

Com o Pedritto (na alcunha de Marcelleza) é necessário uma paciência e desapego ao conversar. Tirando o seu ácido senso crítico constante para como as pessoas devem levar a vida, obviamente para o bem de todos, é inteligente para caralho e eternamente apaixonado pelo o que faz. Acho que essa paixão pelos seus passos é contagiante e seria mais forte do que empurrar livros para os demais ou suas morais.

O título que dei a essa foto é família. E certamente aprendo mais a cada dia que estou cercado desses sacanas, hilários, miseráveis, confiáveis e impressionante pessoas que me cercam e que devo tantas importantes memórias. Afinal, no final o que sobra de ti é o que está na memória de seus amigos o que me dá uma tranquila paz do que quer que esteja por vir.

Amo vocês caras!

domingo, 23 de agosto de 2009

meus amigos reais imaginários

Comecei a jogar Resident Evil 4. Logo após eu comprar o ps2 (junto com a Amanda) eu me mudei pro Cruzeiro, pra morar no apê do Zé. Rapidamente eu deixei de morar no apartamento do Zé e comecei a morar no nosso apartamento. Bons tempos.
Bons tempos grande parte porque tinham visitas, porque o Zé mesmo é um cretino, como todo mundo sabe. Nós nunca conseguimos nos fixar em nenhum buteco específico perto de casa. No começo, bebíamos numa banquinha escrota onde Dona Maria (ou algo parecido) nos vendia cerveja invariavelmente chóca, que ela gentilmente trocava quando nós tinhamos coragem (e um pouco de sobriedade o suficiente) de pedir. O buteco foda perto de casa era muito caro, mas por um tempo valia a pena porque nós estávamos sendo cortejados pelo Tião (inesquecível Tião), que nos embebedava a preços módicos. O resto sempre tinha uma galera meio baixo nível, umas torcidas do fluminense, do botafogo, os finais de jogo sempre pareciam velórios, essa coisa de futebol carióca (em tempo: Avaí!!!).
Que que eu tava falando? ah é, Resident. Trocadilhos à parte, um irmão frequente no Cruzeiro era o Gui. Nos primeiros dias eu deixava minha tv no quarto (e consequentemente o videogame), o que gerava as estranhas cenas de nego no cantinho do meu colchão jogando até altas horas, o que era particularmente divertido quando era o Gui jogando Resident4. As vezes me acordava só pra mostrar um chefão particularmente bizarro, diversão a valer.
Marcello me veio a cabeça não porque eu me lembre dele jogando nada no canto do meu colchão, mas sim porque ele sempre foi meio assustador jogando esses joguinhos de tiro: ao contrário de mim, que sou ruim pra caralho em jogo de tiro, Marcelleza parece os nerds alemães que dão chilique no youtube -só headshot. Hoje, jogando aqui em casa me pego em diálogos imaginários, onde reclamo de alguma injustiça do jogo (como ele não morreu com um tiro no meio dos olhos!? isso é impossível!), pra em seguida responder a mim mesmo como responderia ao Marcello (claro Marcello, você tá jogando esse jogo de ZUMBIS com parasitas ALIENÍGENAS justamente por causa da verossimilhança e realismo fisiológico). Ou quando consigo dar um tiro no joelho de um zumbi, o que o derruba, e termino o cara na faca: Gui Style fííí! Quando me assusto com alguma coisa e grito afeminadamente me lembro do Gabriel. Ou quando falo que nem gosto tanto assim dessas coisas pra quem me pergunta se eu jogo muito, lembro as mentiras descaradas do Zéduardo, que passou noites no cantinho do colchão jogando um jogo ruim pra caralho de canas corruptos tipo gta.
E sempre, toda vez que ligo o videogame e boto um jogo divertido, sinto um alívio imaginário de não ter nenhuma cópia (real) de winning eleven que o Pedro (imaginário e Mesquita) possa usar pra transformar meu divertimento em mais uma sessão de pseudo-esporte pseudo-divertido. Pena que, como eu disse, o alívio é só imaginário: daria todos os meus jogos pra passar umas horas com qualquer um desses crápulas. Mesmo se fosse jogando winning eleven.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Oras Bolas... Ácidos, Haxixes, Carreiras, Cogus...



Já perceberam as pessoas no dia-a-dia? Andando com passinhos apressados sempre tentando chegar em algum lugar que seus relógios de pulsos dizem que horas são e aonde deveriam estar?


As vezes não satisfeitas notam os relógios deixados pelas ruas, prédios, ou do braço de outro. A maior invenção da humanidade foi o relógio. Ela finalmente fez as pessoas ficarem atentas aos números e que se dane o sol acima de delas.


Estava voltando após o almoço e percebi como as pessoas não estão bem. Elas estão preocupadas, suadas, cansadas e irritadas. Todas queriam apenas sentar em algum lugar e sentir um pouco o seu tempo, o seu momento, perceber quem são.


Então eu puxei papo com um senhor ao meu lado. Perguntei se gostaria de estar tomando uma cerveja ao invés de ir ao trabalho. Ele sorriu e disse que com certeza que sim. Eu sorri de volta e perguntei se ele gostaria de fumar unzinho antes de ir para o trabalho. Ele riu bastante e disse que se tivesse 30 anos a menos adoraria.


Ele tem 30 anos a menos. Naquele sorriso existia um homem de trinta anos a menos. Por que ele escolheu não viver ele? O que existe em nossa rotina que nos tira disso?


Conheci uma menina excelente. Ela é linda, divertida, corpo em forma e curte tomar Ácido. Ela trabalha suas idéias junto com esse estado que chama de “quem sou de verdade”. Isso me fez pensar muito nesses dias. Obviamente tentei me focar em porque fomos separados das drogas pelo governo.


Um amigo me disse que as pessoas jamais seguiriam seus trabalhos e manteriam suas rotinas se pudessem se drogar. Mas nós nos drogamos. Estamos constantemente usando alguma droga e muitas delas tão fortes que deixariam qualquer baseado no chinelo.


Quero o sentimento de meus pensamentos leves. Honrar os antigos assassinos mulçumanos em suas nuvens de Haxixe ao escolher matar os infiéis e seus alvos selecionados. Sentir o hálito dos Deuses em visões espirituais de Peyote. As carícias estimuladas das amantes nas Afetaminas. O desprender da consciência diária em frutos venenosos e seus compostos acidentais lisérgicos.


Me deixem em paz para pensar por minhas ambições e me desprender de tudo que as pessoas dizem fazer sentido. Nunca concordei com elas, porque deveria viver como elas?

- Drogas matam rapaz!

Como se cada dia vivendo aqui não. Vá a merda!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Derretendo


Nesse calor sinto um pouco de mim turvo como o chão, como esses carros mesclados, no gosto metálico que ainda não sai de minha lingua e que deixou um eclipse em meus olhos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nostalgia 2


Mais uma tirinha das antigas. Engraçado, eu coloquei o nome de Nostalgia, embora fossem coisas que tivessem acontecendo comigo no momento... é como se prevesse que somente seriam publicadas agora e aqui.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Mais frasesde efeito bacanas

Parte 2

“Penso que só há um caminho para a ciência ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonar-se por ele; casar e viver feliz com ele até que a morte vos separe – a não ser que encontrem um outro problema ainda mais fascinante, ou, evidentemente, a não ser que obtenham uma solução. Mas, mesmo que obtenham uma solução, poderão então descobrir, para vosso deleite, a existência de toda uma família de problemas-filhos, encantadores ainda que talvez difíceis, para cujo bem-estar poderão trabalhar, com um sentido, até ao fim dos vossos dias.” Karl Popper
“O problema mais gritante de sistemas absolutistas, como os Dez Mandamentos, é que, quando há mais de uma regra absoluta, torna-se possível o surgimento de conflitos entre elas. Assim, poder-se-ia perguntar se é algo apropriado assassinar para prevenir um roubo. É permitido roubar para prevenir um assassinato? Deveríamos mentir se tivéssemos uma boa razão para acreditar que a verdade faria com que o indivíduo morresse de ataque cardíaco? É apropriado mentir para evitar ser assassinado? É lícito quebrar o sábado santo para salvar a vida de alguém? Seria correto roubarmos um carro se soubéssemos que isso evitaria que seu dono trabalhasse no sábado santo ou matasse alguém? Deveríamos honrar a vontade de nossos pais se eles nos pedissem para quebrar algum dos outros mandamentos? Deveríamos roubar nossos pais se, ao fazê-lo, talvez estivéssemos prevenindo um assassinato? Todos tipos de dilema como esses são possíveis. (...) Isso demonstra que não podemos viver baseados em princípios absolutos e abstratos. Precisamos relacioná-los à vida e às necessidades humanas.” Frederick Edword
“Mas e quanto ao imperativo darwiniano de sobreviver e reproduzir-se? No que concerne ao comportamento cotidiano, não existe esse imperativo. Há quem fica assistindo a um filme pornográfico quando poderia estar procurando um parceiro, quem abre mão de comida para comprar heroína, quem posterga a gestação dos filhos para fazer carreira na empresa, quem come tanto que acaba indo mais cedo para o túmulo. O vício humano é prova de que a adaptação biológica, na acepção rigorosa do termo, é coisa do passado. Nossa mente é adaptada para os pequenos bandos coletores de alimentos nos quais nossa família passou 99% de sua existência, e não para as desordenadas contingências por nós criadas desde as revoluções agrícola e industrial. Antes da fotografia, era adaptativo receber imagens visuais de membros atraentes do sexo oposto, pois essas imagens originavam-se apenas da luz refletindo-se de corpos férteis. Antes dos narcóticos em seringas, eles eram sintetizados no cérebro como analgésicos naturais. Antes de haver filmes de cinema, era adaptativo observar as lutas emocionais das pessoas, pois as únicas lutas que você podia testemunhar eram entre pessoas que você precisava psicanalizar todo dia. Antes de haver a contracepção, os filhos eram inadiáveis, e status e riqueza podiam ser convertidos em filhos mais numerosos e mais saudáveis. Antes de haver açucareiro, saleiro e manteigueira em cada mesa, e quando as épocas de vacas magras jamais estavam longe, nunca era demais ingerir todo o açúcar, sal e alimentos gordurosos que se pudesse obter. As pessoas não adivinham o que é adaptativo para elas ou para seus genes. Estes dão a elas pensamentos e sentimentos que foram adaptativos no meio em que os genes foram selecionados.” Steven Pinker
“Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro, onde animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da ‘história universal’: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. Pois não há para aquele intelecto nenhuma missão mais vasta que conduzisse além da vida humana. Ao contrário, ele é humano, e somente seu possuidor e genitor o toma tão pateticamente, como se os gonzos do mundo girassem nele. Mas se pudéssemos entender-nos com a mosca, perceberíamos então que também ela bóia no ar com esse páthos e sente em si o centro voante deste mundo. Não há nada tão desprezível e mesquinho na natureza que, com um pequeno sopro daquela força do conhecimento, não transbordasse logo um odre; e como todo transportador de carga quer ter seu admirador, mesmo o mais orgulhoso dos homens, o filósofo, pensa ver por todos os lados os olhos do universo telescopicamente em mira sobre seu agir e pensar.” Nietzsche
“A velha noção antropomórfica de que todo o universo se centraliza no homem – de que a existência humana é a suprema expressão do processo cósmico – parece galopar alegremente para o balaio das ilusões perdidas. O fato é que a vida do homem, quanto mais estudada à luz da biologia geral, parece cada vez mais vazia de significado. O que, no passado, deu a impressão de ser a principal preocupação e obra-prima dos deuses, a espécie humana começa agora a apresentar o aspecto de um subproduto acidental das maquinações vastas, inescrutáveis e provavelmente sem sentido desses mesmos deuses” Mencken
“Se um Deus bondoso e infinitamente poderoso governa este mundo, como podemos justificar os ciclones, os terremotos, a pestilência e a fome? Como podemos justificar o câncer, os micróbios, a difteria e milhares de outras doenças que atacam durante a infância? Como podemos justificar as bestas selvagens que devoram seres humanos e as serpentes cujas mordidas são letais? Como podemos justificar um mundo onde a vida alimenta-se da vida? Será que os bicos, garras, dentes e presas foram inventados e produzidos pela infinita misericórdia? A bondade infinita deu asas às águias para que suas presas fugazes pudessem ser arrebatadas? A bondade infinita criou os animais de rapina com a intenção de que eles devorassem os fracos e os desamparados? A bondade infinita criou as inumeráveis criaturas inúteis que se reproduzem dentro de outros seres e se alimentam de sua carne? A sabedoria infinita produziu intencionalmente os seres microscópicos que se alimentam do nervo óptico? Pense na idéia de cegar um homem para satisfazer o apetite de um micróbio! Pense na vida alimentando-se da própria vida! Pense nas vítimas! Pense no Niagara de sangue derramando-se no precipício da crueldade!” Robert G. Ingersoll
“A compreensão humana não é um exame desinteressado, mas recebe infusões da vontade e dos afetos; disso se originam ciências que podem ser chamadas ‘ciências conforme a nossa vontade’. Pois um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.” Francis Bacon
“A humanidade só saiu da barbárie mental primitiva quando se evadiu do caos das suas velhas lendas e não temeu mais o poder dos taumaturgos, dos oráculos e dos feiticeiros. Os ocultistas de todos os séculos não descobriram nenhuma verdade ignorada, ao passo que os métodos científicos fizeram surgir do nada um mundo de maravilhas. Abandonemos às imaginações mórbidas essa legião de larvas, de espíritos, de fantasmas e de filhos da noite – e que, no futuro, uma luz suficiente os dissipe para sempre.” Gustave Le Bon
“Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender que é papel dos céticos refutar os dogmas apresentados – em vez de os dogmáticos terem de prová-los. Essa idéia, obviamente, é um erro. De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um pote de chá chinês girando em torno do Sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o pote de chá é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se afirmasse que, devido à minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice. Entretanto, se a existência de tal pote de chá fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todo domingo e instilada nas mentes das crianças na escola, a hesitação de crer em sua existência seria sinal de excentricidade.” Bertrand Russell
“... [a religião é] um sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável e que, por outro lado, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha experimentado aqui. O homem comum só pode imaginar essa Providência sob a figura de um pai ilimitadamente engrandecido. Apenas um ser desse tipo pode compreender as necessidades dos filhos dos homens, enternecer-se com suas preces e aplacar-se com os sinais de seu remorso. Tudo é tão patentemente infantil, tão estranho à realidade, que, para qualquer pessoa que manifeste uma atitude amistosa em relação à humanidade, é penoso pensar que a grande maioria dos mortais nunca será capaz de superar essa visão da vida. Mais humilhante ainda é descobrir como é vasto o número de pessoas de hoje que não podem deixar de perceber que essa religião é insustentável e, não obstante isso, tentam defendê-la, item por item, numa série de lamentáveis atos retrógrados.” Sigmund Freud
“As pessoas dirão que, sem os consolos da religião, elas seriam intoleravelmente infelizes. Tanto quanto este argumento é verdadeiro, também é covarde. Ninguém senão um covarde escolheria conscientemente viver no paraíso dos tolos. Quando um homem suspeita da infidelidade de sua esposa, não lhe dizem que é melhor fechar os olhos à evidência. Não consigo ver a razão pela qual ignorar as evidências deveria ser desprezível em um caso e admirável no outro.” Bertrand Russell
“Má compreensão do sonho. – Nas épocas de cultura tosca e primordial o homem acreditava no sonho conhecer um segundo mundo real; eis a origem de toda metafísica. Sem o sonho, não teríamos achado motivo para uma divisão do mundo. Também a decomposição em corpo e alma se relaciona à antiqüíssima concepção do sonho, e igualmente a suposição de um simulacro corporal da alma, portanto a origem de toda crença nos espírito e também, provavelmente, da crença nos deuses: ‘Os mortos continuam vivendo, porque aparecem em sonho aos vivos’: assim se raciocinava outrora, durante muitos milênios.” Nietzsche
“Só confie numa testemunha quando ela fala de questões em que não se acham envolvidos nem o seu interesse próprio, nem as suas paixões, nem os seus preconceitos, nem o amor pelo maravilhoso. No caso de haver esse envolvimento, requeira evidência corroborativa em proporção exata à violação da probabilidade evocada pelo seu testemunho.” Thomas Huxley
“Foste vós que, primeiramente, afirmastes a existência de Deus; deveis, pois, ser os primeiros a pôr de parte vossas afirmações. Sonharia eu, alguma vez, com negar a existência de Deus, se vós não tivésseis começado a afirmá-la? E se, quando eu era criança, não me tivessem imposto a necessidade de acreditar nele? E se, quando adulto, não tivesse ouvido afirmações nesse sentido? E se, quando homem, os meus olhos não tivessem constantemente contemplado os templos elevados a esse Deus? Foram as vossas afirmações que provocaram as minhas negações. Cessai de afirmar que eu cessarei de negar.” Sebastièn Faure
“Eu li a Bíblia de capa a capa. Chamar aquele livro de ‘a palavra de Deus’ é um insulto a Deus. Chamar aquele livro de um guia moral é uma afronta à decência e dignidade dos povos. Chamá-lo de guia para a vida é fazer uma piada de nossa existência. E pretender que ela seja a verdade absoluta é ridicularizar e subestimar o intelecto humano.”
“No cristianismo, nem a moral nem a religião têm qualquer ponto de contado com a realidade. São oferecidas causas puramente imaginárias (‘Deus’, ‘alma’, ‘eu’, ‘espírito’, ‘livre arbítrio’ – ou mesmo o ‘não-livre’) e efeitos puramente imaginários (‘pecado’, ‘salvação’, ‘graça’, ‘punição’, ‘remissão dos pecados’). Um intercurso entre seres imaginários (‘Deus’, ‘espíritos’, ‘almas’); uma história natural imaginária (antropocêntrica; uma negação total do conceito de causas naturais); uma psicologia imaginária (mal-entendidos sobre si, interpretações equivocadas de sentimentos gerais agradáveis ou desagradáveis, por exemplo, os estados do nervus sympathicus com a ajuda da linguagem simbólica da idiossincrasia moral-religiosa – ‘arrependimento’, ‘peso na consciência’, ‘tentação do demônio’, ‘a presença de Deus’); uma teleologia imaginária (o ‘reino de Deus’, ‘o juízo final’, a ‘vida eterna’). – Esse mundo puramente fictício, com muita desvantagem, se distingue do mundo dos sonhos; o último ao menos reflete a realidade, enquanto aquele falsifica, desvaloriza e nega a realidade. Após o conceito de ‘natureza’ ter sido usado como oposto ao conceito de ‘Deus’, a palavra ‘natural’ forçosamente tomou o significado de ‘abominável’ – todo esse mundo fictício tem sua origem no ódio contra o natural (– a realidade! –), é evidência de um profundo mal-estar com a efetividade... Isso explica tudo. Quem tem motivos para fugir da realidade? Quem sofre com ela. Mas sofrer com a realidade significa uma existência malograda... A preponderância do sofrimento sobre o prazer é a causa dessa moral e religião fictícias: mas tal preponderância, no entanto, também fornece a fórmula para a décadence...” Nietzsche
“Estamos convencidos de que o pior mal, tanto para a humanidade quanto para a verdade e o progresso, é a Igreja. Poderia ser de outra forma? Pois não cabe à Igreja a tarefa de perverter as gerações mais novas e especialmente as mulheres? Não é ela que, através de sus dogmas, suas mentiras, sua estupidez e sua ignomínia tenta destruir o pensamento lógico e a ciência? Não é ela que ameaça a dignidade do homem, pervertendo suas idéias sobre o que é bom e o que é justo? Não é ela que transforma os vivos em cadáveres, despreza a liberdade e prega a eterna escravidão das massas em benefício dos tiranos e dos exploradores? Não é essa mesma Igreja implacável que procura perpetuar o reino das sombras, da ignorância, da pobreza e do crime? Se não quisermos que o progresso seja, em nosso século, um sonho mentiroso, devemos acabar com a Igreja.” Mikhail Bakunin
“A humanização da natureza deriva da necessidade de pôr fim à perplexidade e ao desamparo do homem frente a suas forças temíveis, de entrar em relação com elas e, finalmente, de influenciá-las. (...) O homem primitivo não tem escolha, não dispõe de outra maneira de pensar. É-lhe natural, algo inato, por assim dizer, projetar exteriormente sua existência para o mundo e encarar todo acontecimento que observa como manifestação de seres que, no fundo, são semelhantes a ele próprio.” Sigmund Freud
“Tudo que a humanidade sofreu com as guerras, com a pobreza, com a pestilência, com a fome, com o fogo e com o dilúvio, todo o pavor e toda a dor de todas as doenças e de todas as mortes – tudo isso se reduz a nada quando posto lado a lado com as agonias que se destinam às almas perdidas. Este é o consolo da religião cristã. Esta é a justiça de Deus – a misericórdia de Cristo. Este dogma aterrorizante, esta mentira infinita: foi isto que me tornou um implacável inimigo do cristianismo. A verdade é que a crença na danação eterna tem sido o verdadeiro perseguidor. Fundou a Inquisição, forjou as correntes e construiu instrumentos de tortura. Obscureceu a vida de muitos milhões. Tornou o berço tão terrível quanto o caixão. Escravizou nações e derramou o sangue de incontáveis milhares. Sacrificou os melhores, os mais sábios, os mais bravos. Subverteu a noção de justiça, derriscou a compaixão dos corações, transformou homens em demônios e baniu a razão dos cérebros. Como uma serpente peçonhenta, rasteja, sussurra e se insinua em toda crença ortodoxa. Transforma o homem numa eterna vítima e Deus num eterno demônio. É o horror infinito. Cada igreja em que se ensina esta idéia é uma maldição pública. Todo pregador que a difunde é um inimigo da humanidade. Em vão se procuraria uma selvageria mais ignóbil que este dogma cristão. Representa a maldade, o ódio e a vingança sem fim. Nada poderia tornar o inferno pior, exceto a presença de seu criador, Deus. Enquanto estiver vivo, enquanto estiver respirando, negarei esta mentira infinita com toda minha força, a odiarei com cada gota de meu sangue.” Robert G. Ingersoll
“Contra o panteísmo, sustento principalmente que ele não diz nada. Chamar Deus ao Mundo não significa explicá-lo, mas apenas enriquecer a língua com um sinônimo supérfluo da palavra Mundo. Se dizeis ‘o Mundo é Deus’, ou ‘o Mundo é o Mundo’, dá no mesmo. Quando partimos de Deus como se ele fosse o dado e o a-ser-explicado, e dizemos portanto: ‘Deus é o Mundo’; então numa certa medida exista uma explicação, ao se reconduzir ignotum a notius: mas trata-se somente de uma explicação de vocabulário. Porém, quando se parte do efetivamente dado, portanto o mundo, e se afirma ‘o Mundo é Deus’, então se torna claro que com isto não se diz nada, ou ao menos que se explica ignotum per ignotius [O desconhecido pelo mais desconhecido].” Arthur Schopenhauer
“A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!” Carl Sagan
“...consideremos quão ingênuo é dizer: ‘o homem deveria ser de tal ou de tal modo!’ A realidade nos mostra uma encantadora riqueza de tipos, uma abundante profusão de jogos e mudanças de forma – e um miserável serviçal de um moralista comenta: ‘Não! O homem deveria ser diferente.’ Esse beato pedante até sabe como o homem deveria ser: ele pinta seu retrato na parede e diz: ‘ecce homo!’ [eis o homem].” Nietzsche

“– ‘Não houve conversão no leito de morte’, disse Druyan, ‘Nenhum apelo a Deus, nenhuma esperança sobre uma vida pós-morte, nenhuma pretensão que ele e eu, que fomos inseparáveis por vinte anos, não estávamos dizendo adeus para sempre’.

– ‘Ele não queria acreditar?’, ela perguntou.

– ‘Carl nunca quis acreditar’, ela respondeu ferozmente, ‘Ele quis saber.’” Ann Druyan, esposa de Carl Sagan

“– ‘Somente uma coisa é necessária’... Que todo homem, por possuir uma ‘alma imortal’, tenha tanto valor quanto qualquer outro homem; que na totalidade dos seres a ‘salvação’ de todo indivíduo um possa reivindicar uma importância eterna; que beatos insignificantes e desequilibrados possam imaginar que as leis da natureza são constantemente transgredidas em seu favor – não há como expressar desprezo suficiente por tamanha intensificação de toda espécie de egoísmos ad infinitum, até a insolência. E, contudo, o cristianismo deve o seu triunfo precisamente a essa deplorável bajulação de vaidade pessoal – foi assim que seduziu ao seu lado todos os malogrados, os insatisfeitos, os vencidos, todo o refugo e vômito da humanidade. A ‘salvação da alma’ – em outras palavras: ‘o mundo gira ao meu redor’...” Nietzsche
“Os que não padecem desta neurose (religiosidade) talvez não precisem de intoxicante para amortecê-la. Encontrar-se-ão, é verdade, numa situação difícil. Terão de admitir para si mesmos toda a extensão de seu desamparo e insignificância na maquinaria do universo; não podem mais ser o centro da criação, o objeto de eterno cuidado de uma Providência beneficente. Estarão na mesma posição de uma criança que abandonou a casa paterna, onde se achava tão bem instalada e tão confortável. Mas não há dúvidas que o infantilismo está destinado a ser superado. Os homens não podem permanecer crianças para sempre; têm de, por fim, sair para a vida ‘hostil’.” Freud
“Onde fica o cemitério dos deuses mortos? Algum enlutado ainda regará as flores de seus túmulos? Houve uma época em que Júpiter era o rei dos deuses, e qualquer homem que duvidasse de seu poder era ipso facto um bárbaro ou um quadrúpede. Haverá hoje um único homem no mundo que adore Júpiter? E que fim levo Huitzilopochtli? Em um só ano – e isto foi há apenas cerca de quinhentos anos – 50 mil rapazes e moças foram mortos em sacrifício a ele. Hoje, se alguém se lembra dele, só pode ser um selvagem errante perdido nos cafundós da floresta mexicana. Falando em Huitzilopochtli, logo vem à memória seu irmão Tezcatilpoca. Tezcatilpoca era quase tão poderoso: devorava 25mil virgens por ano. Levem-me a seu túmulo: prometo chorar e depositar uma couronne des perles. Mas quem sabe onde fica? (...) Arianrod, Nuada, Argetlam, Morrigu, Tagd, Govannon, Goibniu, Gunfled, Odim, Dagda, Ogma, Ogurvan, Marzin, Dea Dia, Marte, Iuno Lucina, Diana de Éfeso, Saturno, Robigus, Furrina, Plutão, Cronos, Vesta, Engurra, Zer-panitu, Belus, Merodach, Ubililu, Elum, U-dimmer-an-kia, Marduk, U-sab-sib, Nin, U-Mersi, Perséfone, Tammuz, Istar, Vênus, Lagas , Belis, Nirig, Nusku, Nebo, Aa, En-Mersi, Sin, Assur, Apsu, Beltu, Elali, Kusky-banda, Mami, Nin-azu, Zaraqu, Qarradu, Zagaga, Ueras. Peça ao seu vigário que lhe empreste um bom livro sobre religião comparada: você encontrará todos eles devidamente listados. Todos foram deuses da mais alta dignidade – deuses de povos civilizados –, adorados e venerados por milhões. Todos eram onipotentes, oniscientes e imortais. E todos estão mortos.” H. L. Mencken
“Para ter certeza que minha blasfêmia está minuciosamente clara, por meio desta declaro minha opinião que a noção de um deus é uma superstição básica, que não há evidência para a existência de nenhum deus (es), que diabos, demônios, anjos e santos são mitos, que não há vida após a morte, paraíso nem inferno, que o Papa é um dinossauro medieval perigoso e intolerante, e que o Espírito Santo é um personagem de história em quadrinhos digno de risadas e escárnio. Acuso o deus Cristão de assassinato ao permitir o Holocausto – sem mencionar a ‘limpeza étnica’ presentemente sendo feita pelos Cristãos no mundo – condeno e vilipendio essa divindade mítica por encorajar o preconceito racial e comandar a degradação da mulher” James Randi
“Por que haverá alguém de envergonhar-se de seu corpo quando este é perfeitamente sadio e capaz de desempenhar as suas funções? Não seria verdade, porventura, que uns poucos neuróticos tivessem primeiro concebido a doutrina do pecado original para justificar as próprias neuroses e que todas as gerações subseqüentes de homens normais tivessem seguido pensadores anormais como estúpidos carneiros? Não era a nossa moralidade uma fraude? Não era a felicidade o desígnio da vida? A religião, longe de ser uma aceitação é uma negação da vida.” Nietzsche
“Num sistema tecnológico bem projetado, os componentes são caixas pretas que realizam suas funções como se o fizessem por arte mágica. Isto não é menos verdadeiro em relação à mente. Parece-nos que a faculdade de refletir sobre o mundo não tem igual em outras faculdades para as quais está dotada. Isso nos faz vítimas de uma ilusão: que a nossa própria psicologia provém de alguma força divina, uma essência misteriosa ou um princípio todo-poderoso.” Steven Pinker
“O cristão comum. – Se o cristianismo tivesse razão em suas teses acerca de um Deus vingador, da pecaminosidade universal, da predestinação e do perigo de uma danação eterna, seria um indício de imbecilidade e falta de caráter não se tornar padre, apóstolo ou eremita e trabalhar, com temor e tremor, unicamente pela própria salvação; pois seria absurdo perder assim o benefício eterno, em troca da comodidade temporal. Supondo que se creia realmente nessas coisas, o cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo.” Nietzsche
“Se papai Noel existe, e acreditamos nele, no natal ele entrará pela nossa chaminé para colocar presentes debaixo da árvore. Se papai Noel existe, e não acreditamos nele, ficamos sem presentes. Se papai Noel não existe, e acreditamos nele, nada perdemos. Se papai Noel não existe, e não acreditamos nele, nada ganhamos. Portanto, a opção mais vantajosa é acreditarmos no papai Noel. ”
“O crédulo – A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilógica na ocorrência do improvável. Ela contém um sabor platônico; extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso domínio da metafísica transcendental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenômeno objetivo, não consegue afetar sua enfermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: ‘Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado’.” H. L. Mencken

terça-feira, 14 de julho de 2009

zé um ateu

Por quê?

Rituais. Seus valores, preços, certezas, sacrifícios e o podar do real potencial do homem.

Medo de morrer. Não tenho medo de morrer. Essa necessidade de existir além do nosso tempo presente como carne é para os que a negam. Amo demais a carne para me preocupar com o depois. Que eu sirva de alimento a bactérias e que assim elas sirvam para todo o sistema. Como humanos é uma troca mais do que justa para tudo que roubamos.

Preconceito. Conheço poucos deuses que aceitam de bom grado o homossexualismo como algo natural a nossa espécie. Se julgam amor, sei que podem julgar qualquer outra asneira.

Conhecimento do passado e visão de futuro. Sei que durante séculos os homens pensaram e acreditaram em diversas divindades. Hoje muitas delas mortas, esquecidas e mescladas. Alguma estava certa? E se estavam como poderiam ter simplesmente serem esquecidas ou mescladas ao ponto de se tornarem outras? Isso não prova que ninguém realmente está controlando como acreditam que estejam?

Nosso planeta e os demais animais que nos cercam. Não vejo preocupações sobre seu papel como espécie em nenhuma outra além de nós. Não noto árvores a minha volta sem perceber o quanto evoluídas elas são sem serem nada além de si mesmas. Por que precisamos sempre ser algo mais?

Outras religiões. Do mesmo modo que alguns religiosos (teimo em dizer que tenho certeza, mesmo negando e mentindo na minha cara) acreditam que estão corretos sobre seus princípios e os demais estão errados, são ingênuos e em algum ponto idiotas. Concordo com todos eles, em todas as suas inúteis crenças, não omito nenhum.

Hospício a céu aberto. Se alguém diz que comer carne é pecado, que uma virgem tem filhos de uma espírito, que um homem ressuscitou dos mortos, que uma pedra foi atirada por deus dos céus, que espíritos entram em homens e falam para eles seu destino e em sã consciência não acha isso loucura, então todos nós temos algum problema.

Fé na humanidade. Acredito demais em nossa espécie, temos potencial de sermos completos e belos ao nosso modo. Acreditar em nós mesmos é o bastante, não temos que rezar para dormir bem, para que nossos problemas sejam resolvidos, para um lugar após a morte, que alguém nos ouça. Basta acreditar em nós mesmos.

Por que no final eu acabo ganhando. Se eu estou certo, temos nosso momento nesse planeta e temos que aproveitar ao máximo e ao nosso modo, sem muletas, sem mais barreiras e leis criadas além de nossa consciência e nossa política e quando morrermos isso simplesmente acaba. Caso estiver errado. Sou um homem bom, me preocupo com a maioria das coisas que os ateus se preocupam. Ser ateu significa não acreditar em deus ou deuses, mas aposto e acredito na humanidade e não levantaria minha mão contra ela. Se existir um deus que quando eu morrer me julgar por simplesmente não conceber sua existência, ele pode me mandar para qualquer lugar que ele deseje. Não é digno de minha fé.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Exercising his authority!!!



I don't need to be a global citizen,
'Cause I'm blessed by nationality,
I'm a member of a growing populace,
We enforce our popularity
There are things that seem to pull us under and
There are things that drag us down,
But there's a power and a vital presence
That's lurking all around

We've got the American Jesus
See him on the interstate,
We've got the American Jesus
He helped build the president's estate

I feel sorry for the earth's population
'Cause so few live in the U.S.A,
At least the foreigners can copy our morality,
They can visit but they cannot stay,
Only precious few can garner our prosperity,
It makes us walk with renewed confidence,
We've got a place to go when we die
And the architect resides right here

We've got the American Jesus
Bolstering national faith
We've got the American Jesus
Overwhelming millions every day

He's the farmers' barren fields, (In God)
He's the force the army wields, (We trust)
He's the expression on the faces of the starving millions, (Because he's one of us)
The power of the man. (Break down)
He's the fuel that drives the Klan, (Cave in)
He's the motive and the conscience of the murderer (He can redeem your sin)
He's the preacher on TV, (Strong heart)
He's the false sincerity, (Clear mind)
He's the form letter that's written by the big computer, (And infinitely kind)
He's the nuclear bombs, (You lose)
He's the kids with no moms (We win)
And I'm fearful that he's inside ME (He is our champion)

We've got the American Jesus
See him on the interstate
We've got the American Jesus
Exercising his authority
We've got the American Jesus
Bolstering National faith
We've got the American Jesus
Overwhelming millions every day

One nation under God(x10)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Duas mãos trabalhando fazem mais do que mil rezando.

Demais
“A palavra Deus, para mim, é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana; a Bíblia, uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis.” A. Einstein
“Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá por que rejeito o seu.” Stephen Henry Roberts
“(...) a natureza não é cruel, apenas implacavelmente indiferente. Esta é uma das lições mais duras que os humanos têm de aprender. ” Richard Dawkins
“Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser. O cansaço de todas as hipóteses...” Fernando Pessoa
“Se não há um deus, estamos corretos; se há um deus indiferente, não sofreremos; se há um deus justo, não temos nada a temer pelo uso honesto da racionalidade; mas, se há um deus injusto, temos muito a temer – assim como o cristão.” George Smith
“se uma proclamação pública repentinamente anunciasse a anulação de todas as leis criminais, imagino que nenhum de nós teria coragem de ir para casa sob a proteção das causas religiosas.” Schopenhauer
“A religião pode ser comparada a alguém que pega um cego pela mão e o guia, pois este é incapaz de enxergar por si próprio, tendo como preocupação chegar ao seu destino, não olhar tudo pelo caminho.” Schopenhauer
“Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.” Friedrich Nietzsche
“Só tem convicções aquele que não aprofundou nada.” Cioran
“Tem razão quem usa a razão.”
“Uma visita ao hospício mostra que a fé não prova nada.” Friedrich Nietzsche
“Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam.” Susan Brownell Anthony
“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.” Joseph Campbell
“Os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros. Os ateus também não.”
“Deus é um ser mágico que veio do nada, criou o universo e tortura eternamente aqueles que não acreditam nele, porque os ama.” Steve Knight
“O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.” Thomas H. Huxley
“Os homens pensam que a epilepsia é divina meramente porque não a compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que não compreendem, não haveria fim para as coisas divinas.” Hipócrates
“Não importa o quão feliz me deixe, se não é verdadeiro, se não é real, muito obrigado. É assim que penso quanto aos deuses e mitos de todas as religiões.” Francisco Saiz
“Não há no mundo amor e bondade bastantes para que ainda possamos dá-los a seres imaginários.” Nietzsche
“O Universo não apresenta qualquer evidência de uma mente dirigente (...) Todos os bons intelectos têm repetido, desde o tempo de Bacon, que não pode haver qualquer conhecimento real senão aquele baseado em fatos observáveis.” Auguste Comte
“Afirma-se – não sei com quanta veracidade – que um certo pensador hindu acreditava que a Terra estava apoiada em um elefante. Quando lhe perguntaram no que o elefante de sustentava, respondeu que se sustentava numa tartaruga. Quando lhe perguntaram sobre o que a tartaruga se sustentava, ele disse ‘Estou cansado disso. Vamos mudar de assunto’. Isso ilustra o caráter insatisfatório do argumento da Causa Primeira.” Bertrand Russell
“A religião nunca será capaz de reformar a humanidade porque religião é uma escravidão.” Ingersoll
“Sempre que a moralidade baseia-se na teologia, sempre que o correto torna-se dependente da autoridade divina, as coisas mais imorais, injustas e infames podem ser justificadas e estabelecidas.” Feuerbach
“As características que foram dadas ao ‘Ser verdadeiro’ das coisas são características do não-Ser, do Nada. Construiu-se o ‘mundo verdadeiro’ a partir da contradição com o mundo efetivo: de fato, o mundo verdadeiro é um mundo aparente, à medida que não passa de uma ilusão ótica de ordem moral.” Nietzsche
“As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes.” Bakunin
“Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar.” Freud
“Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.” Carl Sagan
“Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?” Epicuro
“Você diz que acredita na necessidade da religião. Seja sincero! Você acredita mesmo é na necessidade da polícia.” Nietzsche
“Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração.” Schopenhauer
“A fé é um eufemismo para preconceito e a religião é um eufemismo para superstição.” Paul Keller
“O médico vê o homem em toda a sua fraqueza; o jurista o vê em toda a sua maldade; o teólogo, em toda a sua imbecilidade.” Schopenhauer
“A ciência está aberta à crítica, que é o oposto da religião. A ciência implora para que você prove que ela está errada – que é todo o conceito – enquanto a religião o condena se você tentar provar que ela está errada. Ela te diz aceite com fé e cale a boca.” Jason Stock
“Os teólogos dizem: isso são mistérios insondáveis. Ao que respondemos: são absurdidades imaginadas por vós próprios. Começais por inventar o absurdo, depois fazei-nos dele a imposição como mistério divino, insondável e tanto mais profundo quando mais absurdo. É sempre o mesmo procedimento: credo quia absurdum [creio porque é absurdo].” Bakunin
“As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão.” Sebastièn Faure
“A idéia de um Ente supremo que cria um mundo no qual uma criatura deve comer outra para sobreviver e, então, proclama uma lei dizendo: ‘Não Matarás’é tão monstruosamente absurda que não consigo entender como a humanidade a tem aceito por tanto tempo.” Peter de Vries
“Se os bois e os cavalos tivessem mãos e pudessem pintar e produzir obras de arte similares às do homem, os cavalos pintariam os deuses sob forma de cavalos e os bois pitariam os deuses sob forma de bois.” Xenófanes
“É certamente prejudicial para as almas tornar uma heresia acreditar no que é provado.” Galileu Galilei
“A verdade nunca perde em ser confirmada.” Shakespeare
“Para os peixinhos do aquário, quem troca a água é Deus.” Mário Quintana
“Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.” Charles Chaplin
“O ‘puro espírito’ é uma pura estupidez: retire o sistema nervoso e os sentidos, o chamado ‘envoltório mortal’, e o resto é um erro de cálculo – isso é tudo!...” Nietzsche
“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia
“A crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protetor e imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana.” Sigmund Freud
“Se a bíblia está errada ao nos dizer de onde viemos, como podemos confiar nela ao dizer pra onde iremos?” Justin Brown
“O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão.” Benjamin Franklin
“Não acredito que, medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido uma força a favor do bem. Embora esteja disposto a admitir que em certas épocas e lugares produziu bons resultados, considero-a pertencente à infância do raciocínio humano, a uma fase de desenvolvimento que já estamos superando.” Bertrand Russell
“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião – roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito... e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos.” Chefe Pontiac
“A ciência tem provas sem certeza. Os teólogos têm certeza sem qualquer prova.” Ashley Montagu
“O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.” Nietzsche
“Para mim, um homem rezando e outro portando um pé de coelho para lhe dar sorte são igualmente incompreensíveis.” Mencken
“Enquanto o padre, esse negador, caluniador e envenenador da vida por profissão for aceito como uma variedade de homem superior, não poderá haver resposta à pergunta: Que é a verdade? A verdade já foi posta de cabeça para baixo quando o advogado do nada foi confundido com o representante da verdade.” Nietzsche
“...se Deus existisse, só haveria para ele um único meio de servir à liberdade humana: seria o de cessar de existir.” Bakunin
“À medida que buscamos as origens, vamos nos tornando caranguejos. O historiador olha para trás; até que finalmente também acredita para trás.” Nietzsche
“Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot
“Duas mãos trabalhando fazem mais que milhares rezando.”
“Sou ateu porque não há evidência para a existência de Deus. Isso deve ser tudo que se precisa dizer sobre isso: sem evidência, sem crença.” D. Barker
“Se lhe ensinassem que os elfos causam a chuva, toda vez que chovesse, você veria a prova dos elfos.” Ariex
“Homens convictos são prisioneiros.” Nietzsche
“Deus é uma hipótese, e, como tal, depende de prova: o ônus da prova cabe ao teísta.”
“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.” Einstein
“O fato de um crente ser mais feliz que um cético não é mais pertinente que o fato de um homem bêbado ser mais feliz que um sóbrio.” George B. Shaw
“‘Fé’ significa não querer saber o que é a verdade.” Nietzsche
“Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas.” Napoleão Bonaparte
“Afirmar que ‘Deus fez isso’ não é nada mais do que uma admissão de ignorância vestida enganadoramente como uma explicação.” Peter Atkins
“Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida.” Anatole France
“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.” José Saramago

Vai rolar parte 2

terça-feira, 23 de junho de 2009

considerações sobre uma super-economia no mundo globalizado frente a flexibilidade do capital internacional


Em um mundo com super heróis como nos quadrinhos americanos, os EUA seriam um país de terceiro mundo. É um fato econômico que o capital procura sempre um ambiente estável, regras claras e infra-estrutura. Em um país como os EUA da Marvel e da DC, que tem uma invasão alienígena por mês, trilhões de super-pessoas, organizações não governamentais mágicas, mutantes, paramilitares e sabe deus lá de que mais tipo, não tem como se fazer um investimento estável (e por consequência rentável) no longo prazo, diria até que nem no médio-curto. Grandes empresas fogem da America Latina com medo de mudanças na política econômica, na taxa de juros, de riscos na colheita. Imagine com aspirantes ao poder com super-habilidades? Nem a construção civil teria condições de se manter nos states, porque os prédios não entregues antes de serem demolidos de novo (em média um semestre prum crossover que dê estragos nacionais, uma semana pra Manhattan) perderiam rios de dinheiro. A Alemanha provavelmente seria a ponta do capitalismo. Quem sabe até a America Latina, porque com as preocupações domésticas de defesa os EUA dificilmente teriam recursos pra continuar com o Big Stick. Oito anos de guerra ao terror já deram essa folga pros governos de esquerda chegarem ao poder e a falência da ALCA, imagine combatendo todos aqueles caras de colã (do bem e do mal, já que o governo americano sempre tem tretas com os heróis). Na verdade, com a fuga do grande capital, o governo teria que repassar a carga tributária pros cidadãos comuns, que teriam bem menos chance de investir, o que desaceleraria mais ainda a já debilitada economia, sem contar a fuga de cérebros -já que qualquer um com meio miolo figiria de um país em constante guerra não só com superseres mas também alienígenas- e sem grandes oportunidades de ter um emprego que pagasse muito bem, porque todos esses estariam em outros lugares, junto com as grades empresas. A grande questão que resta é se o próprio mercado não ajustaria esse cenário, já que os próprios super-seres com o tempo também seguiriam o caminho do capital: afinal, alguns deles tem que manter empregos e sustentar famílias, vidas paralelas, o que ficaria progressivamente difícil nos EUA. Mas isso é fácil verificar: é só ver se os heróis mexicanos (e do resto do terceiro mundo) de hoje emigram muito pros states em busca de oportunidades. O padrão provavelmente se repetiria.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Mucho Lokos - parte 1

- O zé. Passa a caneta aê.
- Beleza.

...

- Porra não rola de escrever. Me dá um apoio aê.
- Marcello! MARCELLOO! MARCELLOOOOO!

(risadas gerais)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tauromaquia e deícidio - o drama do universo





Embora a palavra “tauromaquia” seja oriunda do grego (tauromachia); o afresco cretense do atleta que salta o touro, na última imagem, representa uma idéia recorrente em diversas culturas da antiguidade e também da contemporaneidade, a luta com touros. A própria permanência desse símbolo através da história e o lugar em que aconteciam nos permitem remeter a cena não a um aspecto do cotidiano, mas sim da religiosidade.

A pintura foi encontrada no palácio de Cnosso que como outros palácios cretenses possui um característico pátio central. Acredita-se que era nesse pátio que aconteciam os rituais envolvendo a figura do touro. Esses pátios centrais eram adornados com inúmeros bucrânios, estilizações de chifres de touro que representam o animal sacrificado e vários objetos chamados de lábrys, que é propriamente um machado de duas achas utilizado para sacrificar o animal. É possível perceber nisso tudo um cenário sugestivo para um drama bem especial, o sacrifício do touro.

Recorrendo a mitologia para elucidar a razão da tauromaquia cretense podemos trazer duas figuras relacionadas ao animal. Primeiro, o mito de Zeus Kretagenes que, sob a forma de um touro copula com Europa, esposa do rei de Creta. Aceitamos também a presença de outra imagem mitológica, o Zagreus cultuado em Creta e identificado como uma variação do deus Dioniso, uma das figuras centrais da mitologia cretense, também associado à figura do touro. Dessa forma, no contexto minóico, é possível relacionar as figuras de “Zeus Cretense” e “Dionísio Zagreus” como dois aspectos de uma só divindade, coincidindo na mesma metáfora tauromorfa.

Porém, em Creta não é possível dissociar a vida religiosa de uma forte ambiência feminina, e é esse aspecto que pode nos permitir entender o elemento cruento da tauromaquia, o sacrifício do animal. Essa ambiência feminina na religião cretense está ligada à forte simbologia da Deusa Mãe, presente em diversas culturas da antiguidade, e como a tauromaquia, também presente nas religiões contemporâneas. Em geral, os cultos às figuras femininas estão ligados à fertilidade, agricultura, estações do ano e nascimento. Esses cultos também representam um drama que acontece no final dos tempos primordiais e na transição para o tempo onde se passa a vida natural dos homens, ou seja, seriam esses dramas representações cosmogônicas, da criação do universo.

Um elemento recorrente nesses dramas é o assassínio da divindade, e no caso do culto à Deusa Mãe, a sua transformação numa planta comestível. No entanto, a metáfora vegetal não é única e vêm acompanhada de metáforas animais e astrais; muitas vezes as três juntas no decurso do drama que narra a história da divindade. Uma das conclusões que podemos fazer é que o sacrifício animal se insere na representação cosmogônica e antropogônica que marca o drama da divindade. O sacrifício, dentro do culto como representação periódica do drama primordial da divindade, simbolizaria o deicídio e a restituição da ordem presente, da vida dos homens.

Essas deusas primordiais possuem representantes e acólitos, que podem ser figuras masculinas. Dionísio é filho de Perséfone, que por sua vez é filha de Demeter. Essa última, como deusa ligada à fertilidade e a vida nada mais é do que mais uma das imagens e representações da Deusa Mãe dos povos plantadores primitivos. Dioniso, como “acólito” ou “acessor” da Deusa Mãe liga-se estreitamente à sua simbologia. Vale ressaltar que esse deus, em sua mitografia, passa por uma paixão, morte e ressurreição, contando também com metamorfoses vegetais e animais. Portanto, o touro sacrificado é o deus, e a tauromaquia, um dos atos de um drama que reconta a história da humanidade e reconstitui a ordem do presente.

O afresco de Cnosso nos permite perceber diversos outros elementos da cultura minóica, como a liberdade dos corpos e seu sinuoso e dionisíaco ideal de beleza. O que nos remete também à grande importância desse deus na religião cretense, intimamente ligada ao feminino e o culto da Deusa Mãe.

Como é possível perceber a simbologia da luta com o touro é extremamente forte e perdura até os dias de hoje. No afresco cretense, a imagem vem carregada de beleza e transmite essa força milenar. O homem e a representação do animal bovino de grande porte, presente nas paredes das civilizações desde o paleolítico.

Perpassando outras religiões e práticas culturais - não apenas da antiguidade que certamente influenciaram ou foram influenciadas pelos cretenses - podemos de alguma maneira relacionar elementos de sua história com o drama de Dionísio Tauromorfo. As touradas que se tornaram clássicas na Espanha são apenas exemplos mais evidentes. O Jesus Cristo que tem sua paixão, assassínio e ressurreição e que funda uma nova ordem para o mundo, amparado pela Virgem Maria - a Deusa Mãe dos cristãos – e que também é sacrificado e ressuscitado periodicamente. E ainda no universo cristão, o nosso Bumba-meu-boi, que de fato representa a paixão, morte e a ressurreição do Espírito Santo.

O milenar afresco de Creta; tão distante no tempo, e para nós, também no espaço, sob essa perspectiva se torna bastante próximo. Embora esclareça muito sobre os percursos e as influências das culturas, tanto no aspecto técnico quanto no religioso, aprofunda sobremaneira os mistérios metafísicos e mitológicos considerados, superados pelo ser humano moderno e racional.