terça-feira, 10 de março de 2009

eu avisei 2

Adaptações são uma merda. Começa porque é uma merda explicar o que é uma adaptação. Se for só passar uma história de um meio pra outro, como ficam aquelas obras tipo The Wall, que não é exatamente nenhum dos dois? Ou os milhares de mangás que são feitos só na expectativa de gerar um (mais lucrativo) desenho animado? Ou coisas que nem história tem, como todos aqueles brinquedos dos anos oitenta. Seriam He-man e Transformes adaptações de uma linha de brinquedos? Hello Kitty, alguém lembra disso?
A real é que os produtos vão sendo explodidos em manifestações multimídia, e mais que isso, multiconsumo (?), sei lá, como se chama alguma coisa que vende bonecos, lancheiras, apontador de lápis, desenho animado, roupa? Qual a Hello Kitty original? Onde começou a adaptação, a perversão do conceito revolucionário de uma gatinha branca japonesa?
A opção entre manter uma fidelidade a algum aspecto da obra e brincar com a periferia, ou simplesmente implodir tudo depende fundamentalmente de quão entendível e claro é essa essência. A maneira mais pobre de tentar fazer isso é se guiar só pelo nome. Desse jeito, Apocalypse Now e Blade Runner não seriam nem lembrados como adaptações. Apesar de serem vagamente conectados com as historias originais, eles mantém essa coisa inominável que os identifica com sua origem. No outro extremo dá pra botar filmes como A Paixão de Cristo ou Sin City, que são literalmente uma transposição dos seus originais.
Mas eu não queria falar nada disso, eu queria é tentar achar essa coisa que tem em uma história (ou personagem, ou idéia, ou ambientação) que é tão única que quando alguém faz algo que tenha isso também a gente acha parecido, ou quando "adapta" esquecendo isso, nego cai matando. A resposta medíocre é que cada um tem um relacionamento pessoal com isso, e cada um tem a sua "coisa" com determinada história. Mas eu acho que não é assim.

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